Nos últimos dias se deu início por parte das operadoras de TV por Assinatura um processo para impedir que os usuários de receptores piratas
consigam assistir normalmente os canais, principalmente os em HD. Ou
seja, os usuários desses aparelhos estão sofrendo um “apagão” dos canais
HD como eles chamam. Sendo assim, muitos estão se perguntando se dessa
vez realmente será definitivo, significando o fim dos canais em alta
definição para os piratas para sempre. É uma questão que está na cabeça
de milhões de usuários que utilizam essas técnicas mas que não possui uma resposta simples.
A batalha travada entre as operadoras e
demais companhias do ramo contra os piratas já é muito antiga. Muita
gente já ficou rica com essa história toda. O pessoal por trás de
receptores como a AzBox e AzAmerica ganham muito dinheiro exportando os
aparelhos para o mundo todo. Vale lembrar que elas são companhias
legítimas e fabricando esses receptores legalmente em seus países de
origem. No Brasil, ter ou comercializar esses aparelhos não era um
problema. Mesmo eles nunca tendo sido homologados pela Anatel, foi só em
2011 que a Justiça Federal proibiu a comercialização do mesmo.
Apesar desses aparelhos serem fabricados
legalmente, todos sabemos que eles são principalmente usados para o uso
ilegal dos sinais das TVs por assinatura. É estimado que a indústria de
TV por Assinatura já perdeu bilhões graças a isso, enquanto outros
ganham muito dinheiro. Sendo assim, fica óbvio que uma está sempre
lutando contra a outra. As operadoras aplicam novas tecnologias de
segurança e os piratas tentam quebrar para poderem disponibilizar o
acesso aos canais para quem compra esses receptores.
Veja também: Fim dos Canais HD nos receptores piratas?
Uma das técnicas de segurança usada
pelas operadoras para tentar impedir os piratas é o chamado Nagravision
3. Porém, é uma tecnologia já defasada, sendo que os hackers (ou “TEAMS”
como os piratas chamam) já quebraram há muito tempo essa codificação.
Porém, não foi imediato, sendo que o mesmo ocorreu entre o Nagravision 1
para o 2 e do 2 para o 3. É por isso que muitos acreditam que
independente da forma que as operadoras tentem codificar o sinal, os
hackers sempre conseguirão quebrar a segurança. É o que vemos acontecer
em outras indústria como a de jogos e smartphones.
Pelo visto, o que foi feito por enquanto
é uma medida meramente providencial que impossibilita a distribuição
das “keys” necessárias para a liberação dos canais nos receptores.
Várias operadoras estão tomando essas medidas, trocando os chamados
“PIDS” dos canais HD para um padrão que os receptores atuais não
conseguem abrir.
Qual a melhor maneira de combater a pirataria?
Porém, isso tudo nos leva a uma questão:
Já que essa batalha é tão antiga e nunca foi resolvida, será que a
melhor maneira de se conseguir acabar com a pirataria é por meios
técnicos?
Aqui também a resposta não é simples. O
argumento de muitos dos usuários desses receptores piratas é que os
preços praticados pelas operadoras são abusivos, além de estarem enviado
o sinal para suas casas. Ou seja, nessa lógica eles estariam apenas
tirando proveito de algo que é enviado para suas casas sem qualquer
autorização dos mesmos. Podemos ver que esses argumentos são eternos,
podendo ser usados em qualquer situação, o que é muito conveniente para
manter a consciência limpa dos piratas.
É verdade que em todas as outras
indústrias, como a de jogos e mídias (dvds, Blu-Ray, etc) os hackers
sempre conseguiram bular o sistema. Sendo assim, a história nos afirma
que dessa vez, em algum momento, essa nova técnica de segurança também
será burlada. Olhando por esse lado, podemos ver que talvez a melhor
resposta para o fim da pirataria não seja sistemas mais rígidos de
segurança e sim uma mudança eco-sócio-cultural. Não cabe a nós julgar
preços e falar que essa é a solução, mas poderia ser um caminho.
Conscientização de que a pirataria não acaba em quem vende o aparelho
mas também ajuda a financiar outras atividades ilegais. Construção de
uma nova percepção das operadoras por parte dos piratas e dos
consumidores em geral.
Podemos ver que as alternativas são
diversas. O que queremos mostrar aqui é que a mudança de codificação e
outros métodos não é o único caminho para acabar com a pirataria. Com
certeza ele também é importante, porém, se a situação fosse outra, com
pessoas propriamente educadas socialmente, com boas condições
financeiras acreditando justo o preço pago, será que os piratas se
dariam o trabalho de quebrar esses sistemas de segurança?
0 comentários:
Postar um comentário